O Estado de Mato Grosso liderou na produção sustentável
de algodão na safra 2023/2024, sendo responsável por cerca de 70% da pluma
produzida no país, segundo resultados divulgados pela Associação Brasileira dos
Produtores de algodão (Abrapa).
De acordo com a associação, foram produzidos 2,12 milhões
de algodão em lavouras mato-grossenses. A pluma tem a certificação do Algodão
Brasileiro Responsável (ABR), emitida pela própria Abrapa, que consolida o
Estado na produção sustentável no país.
Os números da Abrapa apontam que a safra nacional
2023/2024 bateu recorde em relação à anterior e alcançou 3,04 milhões de
toneladas de algodão sustentável. Em Mato Grosso, 284 unidades produtivas
espalhadas em 49 municípios são responsáveis por este tipo de produção mais
sustentável.
“Esse resultado mostra que, mesmo sendo o maior produtor
de algodão do país, Mato Grosso mostra ao mundo que, possui mais de 60% do
território conservado, e consegue aliar práticas sustentáveis da produção
mato-grossense. Os compradores querem produtos com sustentabilidade e o Estado
mostra como se faz”, comentou a secretária adjunta de Agronegócios da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Linacis Silva.
Para a safra 2024/2025 de algodão no Brasil, a
expectativa é de colher 9 milhões de toneladas, sendo 6,2 milhões de toneladas
oriundas de Mato Grosso. Segundo o relatório de Safra da Abrapa, divulgado em
fevereiro, a área plantada com algodão no Brasil deve atingir 2,21 milhões de
hectares, um crescimento de 6,6% em relação à safra anterior.
Em Mato Grosso, o plantio segue em andamento, mas está
atrasado em relação à média histórica devido ao alto volume de chuvas em
janeiro, que impactou a retirada da soja e o início da segunda safra de
algodão.
Incentivo do Estado
Criado na década de 1990, o Programa de Apoio à Cultura
do Algodão (Proalmat) foi um dos principais responsáveis por transformar Mato
Grosso no maior produtor da fibra do país. Com incentivos fiscais, como redução
do ICMS e crédito presumido de 65% na comercialização interestadual, o programa
tem garantido competitividade ao setor, atraindo consumidores dentro e fora do
Brasil.
Conforme o relatório divulgado no final de 2024 pela
Sedec sobre os resultados do ano anterior, o programa contabilizou 2.285
produtores credenciados, sendo 1.800 beneficiários ativos.
O impacto econômico também se refletiu na geração de
empregos, com 34.800 postos de trabalho diretos, um crescimento de 35,7% em
relação a 2022. Além disso, os investimentos no setor chegaram a R$ 5,29
bilhões, e o faturamento com as vendas internas e interestaduais atingiu R$
12,13 bilhões, um aumento de 6,09% em relação ao ano anterior. A arrecadação
para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) também cresceu
expressivamente, somando R$ 231,99 milhões, um avanço de 64,31%.
O secretário César Miranda, titular da Sedec, destacou
que a certificação do algodão mato-grossense e os incentivos estaduais colocam
o Estado em evidência no cenário global do agronegócio.
“Além de garantir um produto reconhecido
internacionalmente pela qualidade e sustentabilidade, Mato Grosso fortalece sua
posição nas missões internacionais promovidas pelo governo para expandir
mercados e atrair investimentos para a agroindústria mato-grossense. Com
inovação, incentivo público e compromisso com boas práticas, Mato Grosso segue
como referência na produção de algodão sustentável, unindo crescimento
econômico e preservação ambiental para o futuro do setor”.