Está sendo desenvolvida em Alta Floresta uma campanha de
enfrentamento ao cigarro eletrônico. Essa iniciativa é uma realização da
Prefeitura, por meio das secretarias de Educação, Saúde e Procon, com apoio da
DRE Alta Floresta e Ministério Público. A campanha consiste em peças
publicitários para internet, jornais impressos, tvs e rádios, que orientam a
comunidade sobre os malefícios e destaque que, por lei a comercialização deste
produto é proibida.
A coordenadora do Procon de Alta Floresta, Adelina Dias
Amorim, explica que há uma Nota Técnica de nº 06/2024 emitida pela SENACON –
Secretaria Nacional do Consumidor, baseada na Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 46, de 28 de agosto de 2009 e fundamenta pela Lei 8.078/90 Código de
Defesa do Consumidor, proibindo a comercializam, importação e publicidade
desses dispositivos eletrônicos.
Adelina explica que, inicialmente haverá um trabalho de
orientação, e que medidas mais drásticas só serão tomadas em casos extremos.
“Temos como objetivo orientar os comerciantes. Queremos ir por uma linha do
diálogo, mas, caso seja necessário, infelizmente, teremos que adotar sanções
mais firmes”, explica.
Lembrando que, enquanto órgão fiscalizador o Procon, em
especial o de Alta Floresta, sempre objeta o diálogo. “Não somente neste caso
do cigarro eletrônico, como também em outras situações. Procuramos sempre
resolver através da orientação”, argumenta.
Outra Secretaria envolvida é a de Saúde, que conta com o
assessor de Atenção Básica, Claudiomiro Viera, que através do Programa Saúde na
Escola – PSE, já vem abordando a temática junto as escolas do município há
alguns anos. “Essa é uma campanha muito importante, e, mais do que isso, é
pensada na saúde dos nossos jovens. Unimos forças pelo bem da população em
geral, em especial de nossos adolescentes e jovens, objetivando
conscientiza-los e sensibilizá-los a priorizarem sua saúde e bem-estar, sempre
prezando pela qualidade de vida”, ressalta Viera.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o cigarro
eletrônico pode desencadear inúmeras doenças, entre elas o MS, destaca que, há
um aumento significativo dos riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e
hipertensão arterial; aumento do risco de doenças respiratórias, como enfisema
pulmonar; aumento do risco de câncer; aumento do risco de derrames; aumento do
risco de infecções; danos no DNA; desenvolvimento de adenocarcinoma e
hiperplasia urotelial da bexiga; acúmulo de macrófagos carregados de lipídios
no pulmão; envelhecimento precoce; falta de ar e cansaço excessivo.
Viera também lembra que, embora o cigarro eletrônico seja
prejudicial à saúde, ele "torna-se atraente" devido a algumas
"táticas" empregadas pela indústria para atrair usuários. “Além de um
design chamativo, hás essências saborizadas e aromatizadas, tornam o cigarro
eletrônico atraente e gostoso para o usuário”, alerta.
Quando Viera menciona que o cigarro eletrônico se torna
“atraente e gostoso”, ele explica que a indústria utiliza dezenas de essências,
citando alguns como exemplos: tuti-fruti, baunilha, chocolate, chiclete, menta,
maça, hortelã entre outras. Ao serem provadas trazem uma sensação agradável e
prazerosa, que os leva a continuarem a fazer uso do cigarro eletrônico, gerando
dependência e consequentemente vários malefícios a saúde. O dispositivo libera também uma fumaça em
forma de vapor com cheiro agradável, “Isso passa a falsa impressão de que o
cigarro eletrônico não faz mal à saúde”, adverte.
Dentre as inúmeros substâncias maléficas que fazem parte
do cigarro eletrônico, o propilenoglicol, chama atenção, considerando suas
consequências: pode causar irritação na pele e nos olhos, e pode ser tóxico se
ingerido. Quando aquecido, pode se transformar em óxido de etileno, que é uma
substância cancerígena.
Diante das questões legais e dos danos que pode causar ao
ser humano, entra em cena o trabalho que é realizado pela Diretoria Regional de
Educação (DRE), polo Alta Floresta. “Essa é uma pauta muito importante.
Precisamos orientar os nossos jovens e suas famílias”, diz o diretor da DRE
Alta Floresta, Clailton Perin.
Perin explica que no ambiente escolar, há um cuidado com
os alunos, onde há orientação, sempre buscando o bem-estar dos jovens. “Os
nossos professores estão orientados de como lidar com a situação. Quando
identificada alguma situação, algumas providências são adotadas”, argumenta.
Dentro dessas providências, estão, por exemplo, chamar os
pais na escola. Se for o caso acionar o Conselho Tutelar. E, em casos mais
extremos o Judiciário, através da Vara da Infância e Juventude. “Nossa
orientação para os pais e que conversem com seus filhos. Esse diálogo é
importante. Sabemos que o dia a dia é corrido, mas é preciso esse cuidado com
os nossos filhos”, finaliza Perin.