O aumento no número de casos de arboviroses segue em
alerta em Mato Grosso e, em apenas dois meses, o estado já atingiu o mesmo
número de mortes por chikungunya registrado ao longo de todo o ano de 2024.
Entre janeiro e fevereiro, o Painel de Arboviroses da Secretaria do Estado de
Saúde (SES-MT) aponta 21 óbitos pela doença, além de outros 10 que estão em
investigação. Nos casos de dengue, Mato Grosso já tem cinco óbitos confirmados
e quatro sob investigação, totalizando 40 óbitos pelas arboviroses este ano.
Este ano, Mato Grosso já confirmou 9.365 casos de dengue.
Os municípios com mais casos são Rondonópolis (1.809), Várzea Grande (1.043),
Cáceres (983 casos e uma morte) e Cuiabá (804). Em um comparativo com janeiro
deste ano, quando o estado registrou 3.515 casos confirmados e uma morte, houve
um aumento de 166% em apenas um mês.
A situação é ainda mais alarmante quando se trata da
chikungunya. Em janeiro deste ano Mato Grosso havia registrado 3.765 casos
confirmados e quatro mortes. Este número saltou para 14.897 em fevereiro,
aumento de 295%. Quando se fala em mortes, ao registrar 21 casos, os óbitos
pela doença saltaram 425%.
Cuiabá é disparado o município com mais ocorrências de
mortes pela doença. A Capital já registrou 3.945 casos confirmados, com 18
mortes. Rondonópolis está com 4.816 casos confirmados e dois óbitos, seguido
por Várzea Grande com 1.079 casos e três mortes, além de Cáceres com 963 casos
confirmados da doença.
Os dados do Painel de Arboviroses da SES indicam que em
2024 o estado registrou 21 óbitos por chikungunya ao longo do ano, com 21.542
casos confirmados.
Na semana passada, o Conselho Regional de Medicina
(CRM-MT) enviou às autoridades uma proposta para a criação de centros de
triagem destinados ao atendimento de pacientes com sintomas das arboviroses,
assim como funcionou na pandemia da covid-19. Na ocasião, Diogo Sampaio,
presidente do CRM-MT, destacou que o crescimento no número de casos, que tem
causado superlotação nas unidades de saúde, deverá ser mais intenso nos
próximos meses. As projeções indicam que ainda não estamos no pico de casos,
previsto para ocorrer entre março e abril, coincidindo com o período de maior
incidência de doenças respiratórias e isso vai pressionar ainda mais o sistema
de saúde.