Nesta sexta-feira, dia 21 de março, é comemorado o Dia
Internacional da Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21). O objetivo é
conscientizar a sociedade sobre a necessidade de inclusão dos indivíduos com a
síndrome e reforçar que todas pessoas têm direitos iguais e merecem bem-estar.
Neste sentido, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) atuou com ações e
aprovou leis ao longo dos anos.
Em Mato Grosso, a Semana de Apoio às Pessoas com Síndrome
de Down foi instituída em 2009, por meio da Lei nº 9.168, proposta e aprovada
pelo Parlamento Estadual. Já a Lei nº 11.084/2020, de autoria do deputado
estadual Wilson Santos (PSD), determina “obrigatoriedade do registro, por parte
dos hospitais públicos e privados, dos bebês nascidos com síndrome de Down e a
imediata comunicação aos pais acerca das instituições, entidades e associações
que desenvolvem atividades com pessoas com deficiência” como forma de garantir
socialização, inclusão, inserção social e geração de oportunidades, entre
outras finalidades.
O acesso ao mercado de trabalho é um dos desafios
impostos pelo preconceito às pessoas com essa condição genética que atinge
cerca de 300 mil brasileiros. Pensando nisso, a Casa de Leis abriu as portas
para receber pessoas com trissomia do cromossomo 21 em 2017. Desde então,
Marília Freitas atua na Procuradoria-Geral. Há oito anos no setor, ela é
servidora comissionada e cumpre 40 horas semanais. “Eu arquivo processos,
entrego memorandos, organizo as pastas. Era meu sonho trabalhar e agora estou
aqui”, declara. Ela conta que tem vários objetivos como morar sozinha e viajar
com a família.
A técnica legislativa Uiara Castanho é uma das colegas de
Marília desde o ingresso dela na ALMT. “É uma oportunidade e tanto conviver com
ela. Marília é muito alegre, bem-humorada e afetuosa. Inclusão é muito
importante e ela é uma pessoa muito capacitada, muito atenta no que faz. É a
colega que faz mais falta quando tira férias porque é o nosso braço direito”,
diz.
O procurador geral, Ricardo Riva, tem a mesma visão do
temperamento da servidora. “É uma pessoa que sempre pergunta sobre a evolução
profissional, mas na verdade quem evoluiu fomos nós com a presença dela aqui.
Neste ano, pretendo oferecer um curso fora, pela Assembleia, para estudar e
aprender ainda mais sobre a área em que ela atua”, completa. Ele ainda lembra
que o projeto para inclusão de pessoas com síndrome de Down nos quadros da
Assembleia foi idealizado pela Procuradoria-Geral.
Além disso, parlamentares da ALMT aprovaram a Lei nº
11.304/2009, de autoria da deputada Janaina Riva (MDB). A norma determina
reserva de vagas em concurso público para pessoas com Down. Entre as normas
aprovadas e propostas pela Assembleia também está a Lei n° 10.856/2019 que
tornou obrigatória a realização do exame de ecocardiograma nos recém-nascidos
com síndrome de Down no estado. Cerca de metade das pessoas com síndrome de
Down nascem com cardiopatias congênitas.
Dia Internacional da Síndrome de Down – Celebrado
anualmente no dia 21 de março, a data foi proposta pelo Brasil e aprovada pela
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011. O dia
escolhido faz referência aos três cromossomos no par 21, que caracteriza a
condição genética. As pessoas com a síndrome, em vez de dois cromossomos no par
21 (o menor cromossomo humano), possuem três. Os indivíduos apresentam
características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos pequenas e
comprometimento intelectual variável.