Os brasileiros residentes nos estados do Espírito Santo,
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina fazem mais
compras online mensalmente do que restante da média nacional – 22,9% ante
18,5%.
A diferença pode indicar uma maior concentração urbana,
melhor infraestrutura digital e oferta de serviços de entrega nessas regiões,
chamadas de Onças Brasileiras.
O termo foi criado pela Apex Partners, plataforma de
investimentos e serviços financeiros, e foi inspirado no conceito dos Tigres
Asiáticos, fazendo alusão às regiões que mais crescem economicamente no Brasil.
Já os dados são da pesquisa “Comércio e Mobilidade:
Utilização dos serviços de comércio e transporte no Brasil”, conduzida pela
Futura Inteligência, empresa da Apex.
O levantamento foi realizado entre fevereiro e março, com
9,8 mil pessoas em todo o Brasil, incluindo recortes específicos nos estados
das Onças e do eixo Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com o estudo, as Onças se destacam quando o
quesito é a avaliação do prazo de entrega das compras online.
Enquanto cerca de 90% dos brasileiros avaliam como “ótimo
ou bom”, nas Onças esse índice alcança quase 93%, sinalizando uma maior
eficiência logística local.
SUPERMERCADOS – A pesquisa da Futura fez um levantamento
específico sobre as compras realizadas em supermercados e identificou
diferenças significativas nos gastos.
A média mensal do brasileiro é de R$ 894,10 e, no eixo
Minas-Rio-São Paulo, de R$ 882,50.
Já nos estados das Onças o valor sobe para R$ 999,80.
A frequência também é maior nessas regiões:
38,8% dos entrevistados vão de uma a duas vezes por
semana, contra uma preferência mensal no restante do país (36%) e no eixo
(35,7%).
“A gente acredita que o gasto médio nas Onças está
relacionado a um maior poder aquisitivo das famílias. Sobre a frequência, o
estudo não apresenta nenhum indicativo que possa justificar essa diferença”,
explica Paula Orrico, head de dados da Apex Partners.
MOBILIDADE – O estudo também analisou a mobilidade no
país e nas regiões das Onças.
Nesse quesito, 38,6% dos brasileiros afirmaram não
possuir veículo próprio, índice semelhante ao do eixo Minas-Rio-São Paulo
(38,7%).
Já nas Onças, 55,8% dos entrevistados têm pelo menos um
carro.
A diferença se reflete no uso do transporte cotidiano.
Enquanto no Brasil e no eixo MG-RJ-SP há equilíbrio entre
carro (31,0%) e ônibus (29,9%), nas Onças, o automóvel é o principal meio de
transporte para 45,2% da população.
Como consequência, o gasto mensal com mobilidade também é
maior nas Onças: R$ 322,70, ante 250,60 no Brasil e R$ 250,80, no eixo.