A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec)
procura por familiares das vítimas enterradas em um cemitério clandestino, em
Lucas do Rio Verde, para prosseguir com a identificação e liberação dos corpos.
No cemitério clandestino, foram localizados os restos
mortais de doze corpos, no dia 11 de janeiro. Parte dos corpos estava em
processo de esqueletização. Quatro já foram identificados por método
papiloscópico, que consiste no confronto das impressões digitais, e já
liberados.
Segundo a Politec, faltam a identificação de outros oito
corpos.
O processamento das amostras biológicas dos restos
mortais de quatro das oito vítimas resultaram na identificação de quatro
perfis, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino. Contudo, não foi
possível a identificação dos mesmos, já que nenhum deles foi compatível com
amostras biológicas de 22 familiares de pessoas desaparecidas que doaram
material genético para confronto de DNA.
Por isso, a Politec pede que mais familiares (pai, mãe,
filho, ou mais de um irmão) de pessoas desaparecidas, que ainda não forneceram
material genética, procurem a delegacia local para que seja encaminhada até
umas das unidades do Instituto de Medicina Legal (IML) para a coleta do
material genético.
“Fica aqui o apelo aos familiares de desaparecidos que
procurem a delegacia para que seja feita a coleta de seu material genético. Não
se esqueça de levar os seus documentos pessoais e, se possível, leve um boletim
de ocorrência. A Politec trabalha com múltiplas equipes para a identificação
das outras oito vítimas encontradas no local”, disse o perito criminal de Lucas
do Rio Verde, Eduardo Basso Carlin.
A Politec também informa que inseriu os perfis genéticos
das quatro vítimas no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Caso um perfil correspondente
seja inserido no sistema, a ferramenta orientará a correspondência,
independentemente do Estado onde o perfil tenha sido registrado.
Já a coleta do material genético é simples e indolor. Uma
espécie de cotonete é passado na parte interna das bochechas da pessoa para
captura da amostra biológica. Os materiais coletados serão processados e
inseridos no banco nacional. Caso seja identificado um possível parentesco com
os dados de alguma pessoa falecida, a unidade de Medicina Legal entrará em contato
com os familiares para que sejam realizados os procedimentos legais de
liberação.
Se a pessoa desaparecida também realizou algum tratamento
dentário, é aconselhável que a família obtenha com os dentistas o prontuário
odontológico da vítima, especialmente exames de imagem (radiografias e
tomografias, por exemplo) e os forneçam ao IML. Estes documentos poderão
auxiliar na identificação por meio da arcada dentária.